Familiares de desaparecidos em naufrágio fazem protesto em Itajaí

Sobreviventes e familiares de pessoas desaparecidas no naufrágio de um pesqueiro na quinta-feira (20) no litoral catarinense, protestam na manhã deste domingo (23) em frente à empresa JS, dona do barco, na Barra do Rio, em Itajaí. Eles reclamam da falta de informação e de acolhimento aos familiares.
"As famílias estão desamparadas, sem acolhimento, sem informações. Desde quinta-feira está é a única informação que passam por telefone aos familiares: que não há novas informações. As informações oficiais não saem e isso só piora o clima aqui. Chegaram mais viaturas e informaram que vão tirar as pessoas à força daqui", relatou ao G1 a jornalista Daniela Kopsch, prima de um dos seis homens que estão desaparecidos. Policiais do Patrulhamento Tático foram até o local.
"Eles [empresa] não tão abrindo o portão pro pessoal entrar, nós estamos apenas querendo respostas. Ninguém está aglomerando, ninguém quebrando nada. A polícia já foi acionada. Isso não era necessário. A gente só quer respostas", disse Ricardo Paiva, um dos 17 sobreviventes do naufrágio.
Segundo Daniela, um representante da empresa afirmou que vai disponibilizar uma sala para atendimento dos familiares. Ela relatou que houve um "acordo verbal" na presença da polícia para que seja destacado um funcionário de plantão para acolher as famílias e a saída de uma van na manhã de segunda (24) para levar 12 representantes das famílias até a região de Imbituba para acompanhar os trabalhos de buscas.
A reportagem  tentou contato com a empresa JS neste domingo, sem sucesso. Por volta das 12h, a Polícia Militar em Itajaíx informou que a questão com os familiares já havia sido resolvida e que policiais deixaram o local.
Buscas
Em nota divulgada neste domingo (23), a Marinha informou que  "desde o início da tarde de quinta-feira (20), a aeronave SAR SC-105 'Amazonas' da FAB e, desde o início da manhã de sexta (21), o Navio Patrulha 'Benevente' da Marinha vêm realizando buscas aos desaparecidos.
Segundo a Marinha, até este domingo foram realizadas buscas em uma área de 11.520 km² pela aeronave "'Amazonas' e de 2.880 km² pelo navio 'Benevente', entre a cidade de Laguna e o sul da Ilha de Florianópolis.
A Marinha esclareceu que as buscas pelos seis desaparecidos "prosseguem de forma ininterrupta e, até o início desta manhã (23), nada foi encontrado".
O acidente
As buscas começaram na quinta-feira. De acordo com a Marinha, o barco pesqueiro Jorge Seif Junior, de Itajaí, naufragou a 80 quilômetros da costa de Imbituba. Outra embarcação que estava na região, proveniente de Antígua e Barbuda, foi acionada pela Marinha para ajudar no resgate. Ainda pela manhã de quinta, 17 pessoas foram resgatadas com vida pela embarcação estrangeira.
Busca visual
As buscas ocorreram desde a noite de quinta com um navio mercante com iluminação. "A Força Aérea faz busca com radar, faz busca térmica, através de temperatura de corpo em cima da lâmina d’água, faz buscas visuais, através de militares com binóculos. E os navios também possuem essas informações, uma busca visual, uma busca radar", disse o comandante Alekson Porto, delegado da Delegacia da Capitania dos Portos em Itajaí.
Sobre as chances de encontrar os desaparecidos com vida, o comandante  se mostrou otimista. "Eu mesmo tenho relatos e participei de busca e salvamento em que a pessoa ficou três dias no mar. Tem relatos de outros lugares do Brasil [de pessoas] que ficaram até mais".

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